Prólogo

Memórias de um velho banco de madeira

Prólogo

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Nossas vidas estão sedimentadas em questões onde  a modernidade assume todo o comando de nossa existência com uma multiplicidade de opções que está produzindo, em muitos de nós, um estado apreensivo que se acentua cada vez mais.
Estamos vivendo em uma época na qual, o nosso primeiro contato com o mundo se dá através do celular, do tablete, do computador e da televisão. Muitos não se deram conta, ainda, de que estamos sendo todos subjugados aos interesses de quem comanda o mundo. As imagens que vemos através destes aparatos modernos mostram, sempre, o que devemos fazer em termos de decisões. Somos convidados, muitas vezes a nossa contra vontade, a nos decidirmos sobre o alimento que devemos consumir, ao sabonete que devemos usar, a bebida que devemos tomar, a viagem que devemos fazer, a escola na qual colocar os  nossos filhos para estudar e por aí a fora. Não é permitido anunciar, de forma clara, nestes meios de comunicações, que estamos ficando cada vez mais doentes diante de um mundo que nos apressa em fazer tudo ao mesmo tempo. Pesquisas realizadas em todo o mundo mostram que o nível de stress e de infelicidade está cada vez mais acentuado e, que ceifa, juntamente com os outros males provindos destes, mais e mais vidas preciosas em todo o mundo. Estamos presos a estes domínios sem podermos fazer muita coisa. Quase não temos como questionar as ações que nos são impostas a todos os instantes. Somos todos protagonistas da peça teatral da vida, cujo roteiro nos é imposto, atualmente, pelos meios de comunicações. Se procurarmos observar e sentir, veremos que somos prisioneiros dos interesses daqueles que regem o mundo e que têm o comando dos universos político, religioso e econômico. As amarras e as correntes que nos mantém atados a este quadrante deixam marcas, cicatrizes e feridas em nossas vidas.
Quando crianças, tínhamos o nosso próprio domínio sobre as nossas decisões e emoções sem que o mundo interferisse. Hoje, as nossas emoções e decisões são de domínio destes grupos que mandam no mundo. Choramos quando eles nos mostram como e quando chorar. Sorrimos como e quando querem que esbocemos sorrisos. Consumimos como e quando querem que consumamos. Somos o que eles querem que sejamos. Não podemos ser e ter o que os nossos corações querem ser e querem ter. Será que não podemos ter o domínio do nosso querer original?  Podemos e temos o direito! Já estamos completamente dominados e viciados nisso que se chama vida moderna. Vamos deixar de lado, sempre que pudermos, esta modernidade e vamos nos concentrar em algo que alivie o nosso sufoco. Temos muito poucas opções. Uma delas é o refúgio no néctar da nossa própria origem. O que o nosso Eu sempre procurou:  PAZ!
Estão se escasseando os lenitivos e os alívios a nos confortar. Para onde quer que olhemos lá estão os convites para o egoísmo, os apegos descontrolados, as vaidades e os desmandos copiosos. O império dos estados aflitivos prolifera pelo mundo afora e só têm aumentado. Restam-nos muito pouco. Peguemo-nos, portanto, a este pouco que nos resta, pois ainda temos alguma chance face às muitas belezas que há no seio da espécie humana.
Se soubermos procurar, ainda encontraremos consolo nas iniciativas de parte da humanidade.
Abaixo, uma dessas ações criativas cheia de beleza e leveza para o coração humano. Há um encantamento em cada ato e, nas narrativas que se seguirão, mesmo em mares tempestuosos, encontraremos um lugar para ancorar o nosso frágil barco da vida em águas serenas.
Façamos pois, junto comigo, esta viagem surpreendente. Não precisa apertar os cintos e, nem colocar coletes salva-vidas. A jornada é segura. Só não garanto a estabilidade do seu emocional.

         Memórias de um velho banco de madeira.

Criação: Pi-Nath(JML)

                                                                 

“Eu sou o guardião da vida. 

 Como mágico, eu vos concedo a vida para que possas vivê-la plenamente.”

Assim terminara, naquele sábado de manhã, o ensaio daquele senhor que, logo mais iria se apresentar no papel de um personagem mágico na peça teatral da qual participara todos os anos por ocasião do encerramento do ano letivo na escola de crianças com deficiências, localizada no bairro onde morava. Dentre as tarefas dos voluntários, esta do mágico era a mais aguardada com ansiedade. Na peça, o mago tocava as pedras com a sua varinha mágica, transformando-as em seres humanos que, a partir daí passariam a conviver como criaturas vivas junto a todos eles.
Terminado o ensaio, o senhor levantou-se do banco de madeira onde se sentara por alguns minutos para descansar e refletir e, continuou com a sua caminhada diária. Esquecera por entre as travessas de madeira do velho banco, a sua principal ferramenta de apresentação que na peça teatral seria a sua varinha mágica. Começara aí, a verdadeira peça do teatro humano.
Cinco dias antes, este senhor conhecido apenas como o Sr. Jorge,  o homem da varinha mágica, acordou sob o som das badaladas do sino da igreja perto de onde morava. Eram 6:00hs da manhã de uma segunda-feira quando iniciara a sua caminhada diária. Logo em seguida, na mesma manhã, teria de passar na lojinha de um amigo seu para  retirar uma dúzia de varinha de ébano da Índia que encomendara dias atrás.
Era o seu estoque de varinhas para o seu papel de mágico, uma das suas atribuições em escolas e pequenos teatros. Precisava de muitas dessas varinhas, pois tinha o hábito de perder uma aqui, outra ali, e assim, tinha que ter reservas para o seu trabalho.
Era uma figura respeitável e querida por todos os moradores do bairro. Tinha uma missão social admirável e praticava caridade com o coração.
A única varinha verdadeiramente mágica deste conto foi a que tocou o autor deste belíssimo trabalho iluminando-o em todos os instantes. Este toque veio dos Altos como uma dádiva abençoada. As demais varinhas faziam parte do corpo das fantasias que encantavam as crianças por onde ele passava. Mas… Algo maravilhoso e surpreendente estava começando a acontecer:

O despertar:

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Não sei se foi o efeito desta varinha mágica esquecida aqui ou se foi o desejo de alguma entidade que me pregou esta peça estranha, planejando uma série de acontecimentos, cujo propósito eu desconheço. O que sei, de imediato, é que me sinto meio atordoado como que acordado de um longo sono.
Assim despertou o velho banco de madeira.  A sua primeira reação foi de surpresa e o atordoamento dissipou-se rapidamente face à pressa em se inteirar dos acontecimentos do mundo. Mundo esse, estranho na sua atuação  inicial como um velho banco de madeira que adquiriu consciência.
Fui postado aqui, ao lado desta trilha de caminhada por onde passa tanta gente diariamente, para servir de ponto de descanso a todos aqueles que decidem parar para descansar um pouco, visto haver aqui em frente uma linda paisagem que cativa a todos aqueles que por aqui passam.
Dias, semanas e meses se passaram desde então e…
Repetindo, desde então, todo aquele que vem por este lado, a passeio ou praticando caminhada e se senta neste velho banco, deixa impresso nele instantaneamente suas memórias e todo o seu histórico de vida completo desde o seu nascimento. Eu os absorvo tudo em detalhes e, sem que ninguém perceba, passo a ser, silenciosamente, o seu confidente. Não me incomodo de eu mesmo me definir como um velho banco, pois nesta altura, não sei se sou velho ou se é este mundo conturbado, um velho, mais velho que eu.
Passei também, a experienciar e ter o gosto doce e amargo de todas as emoções e os sentimentos humanos. Isto me surpreende e me chateia, deixa-me confuso e cheio de expectativas. Passei a testemunhar, a todo instante, fatos interessantes e intrigantes.
Como estou em uma trilha de caminhada diante de um cenário cativante, passo a referenciar também, através de outras trilhas de caminhada, todo o histórico de vida e memórias daqueles que por aqui passam e se sentam neste velho banco. É um presente que me foi concedido sem que eu tenha a menor oportunidade de me expressar e me manifestar. Só posso ouvi  e sentir, nada mais.****
Testemunhei juras de amor eterno que nunca foram além de uns poucos minutos. Promessas de fidelidade nunca cumpridas. Propostas indecentes de todos os tipos. Conversas e mais conversas sobre posses de bens materiais. Planos e projetos de enriquecimento, muitas vezes ilícitos, todo tipo de banalidades e vulgaridades.
Por aqui passaram pessoas de muito conhecimento e pouquíssimo relacionamento. Passaram também pessoas de pouco conhecimento e muito relacionamento. Passaram pessoas que conhecem muito sobre o espaço exterior e nada sabem sobre o seu interior. Passaram pessoas que possuem casas amplas e luxuosas com pouca família e lares desfeitos por falta de amor. Passaram aqueles que moram em casebres simples e frágeis barracos de madeira com famílias numerosas e muito amor.
Por aqui passaram muitos anjos que convivem com humanos. Trabalham como médicos, escritores, artistas, atores, bombeiros, lixeiros, doutores, carpinteiros e muitos outros. Passaram também pessoas especiais, mensageiros e parceiros dos anjos que visitam hospitais, asilos, casas de saúde, orfanatos levando luz e força aos que necessitam de ajuda, amparo e conforto.
São estas criaturas que despercebidamente trabalham para promover a vida, melhorando-a em cumprimento à uma Ordem Maior.
Passaram também outros anjos. Tenho registro de pessoas do bem com mentes e planos do bem para produzir o bem,  para ajudar a construir o mundo e torná-lo melhor para todos. Estes são pouquíssimos, valendo a pena conhecê-los e apreciá-los, pois são portadores de paz e neles residem as esperanças de um mundo melhor.
Passaram outros aqui só para promover o mal, tumultuar o mundo e, torná-lo ruim para todos. Estes constituem uma parcela bem considerável. Estão aqui por toda parte. São silenciosos, às vezes, mas mortíferos nas suas ações. Estão disseminados em tudo.
Passaram também demônios travestidos de anjos e profetas que, com suas feições bonitas e palavras sedutoras arrebatam multidões, prometendo fama, fortuna e até milagres nunca realizados.  Prometem purificar a alma, mas na realidade a contaminam por inteiro.
Conheci muitas pessoas que se venderam ao diabo com muita facilidade e, outras poucas que não estiveram à venda por nenhum tesouro da terra. Sentaram neste velho banco, mentirosos, corruptos e corruptores, sendo que os meios políticos estão inundados deles. Pedófilos, criminosos e malfeitores também passaram por aqui.  Suas aparências às vezes não consegue esconder as más intenções. Sedução é a arma que muito dessa gente usa para conseguir o possível e o quase impossível.
Marcaram presença, também, aqui neste assento de madeira, viciados em drogas, aqueles que estão sempre praticando violência contra as mulheres e crianças, sem deixar de incluir aqueles outros envolvidos em discriminação social, religiosa, racial e sexual.
Uma parcela considerável de todos os que por aqui passaram tem uma bagagem material muito grande. Um fardo pesado demais para ser carregado. Têm como objetivo de vida, posses e mais posses. O orgulho, a vaidade, a ganância e o egoísmo para essas pessoas são itens indispensáveis para a sua indumentária de vida. Caráter, honra, valores morais e integridade foram marginalizados.
Notei que é pouquíssima a bagagem espiritual daqueles que passaram por aqui. Para eles, não há espaço para o universo espiritual. A humanidade está quase toda degenerada. Os valores humanos estão muito mudados. E, o que vale hoje é está na crista da onda como se diz no jargão popular. Não importa a que preço.
O espaço de vida, hoje, é ocupado pelo materialismo cego e pelo consumismo desenfreado. O espaço espiritual é pequeno e, quando há espaço, este está muito apertado entre os afazeres materiais. As pessoas se preocupam apenas com as coisas terrenas e, são privadas de sua dimensão espiritual, do seu papel missionário na vida.
Muitos sabem que estão aqui só de passagem, mas querem desfrutar do mundo material o máximo possível. Para estas pessoas, o panteon dos seus avatares está repleta de falsidades. Elas não sabem que outros mundos virão e que seus deuses mentem o tempo todo. Trocaram o tesouro espiritual pelo investimento material fugaz, aquele que vai e vem conforme o momento.
Conheci pessoas duronas com coração de pedra. Cruéis, arrogantes e prepotentes. Para estas pessoas, o futuro é sombrio e tenebroso. Mas também conheci pessoas sensíveis com o coração de ouro. São estas últimas que dão equilíbrio, uma certa harmonia e, um toque especial ao mundo. Seduziram-me e me fizeram pensar:

Se, apenas os seres humanos, entre todas as criaturas vivas da terra têm a capacidade de parar, contemplar e externar a sua admiração por uma paisagem tão bela como esta e, muitas outras pelo mundo afora, é porque foram orientadas a isso por Algo Superior que assim se manifesta.
Nenhuma outra criatura viva deste mundo ao ouvir uma bela partitura musical, a declamação de um belo poema, um bom filme, uma peça teatral ou, uma outra ação sensível é capaz de se emocionar e chorar. Apenas o ser humano é capaz disso. Por que ?

É a alma humana! Essa extraordinária dádiva dos Altos! Esta magnífica extensão de Deus aqui na terra!

Certo dia, alguém falando sobre anjos, disse que eles se tornam muito sensíveis ao sofrimento humano e que isso é parte da missão deles aqui na terra, bem como da redenção de alguns.
Não sou anjo nem humano. Sou apenas um velho banco de madeira que por alguma razão absorvo a alma de anjos e humanos.
Nem tudo que vi e ouvi está contaminado por maldade e crueldade. Há ainda muita beleza no seio da espécie humana. Isto é o que nos faz a vida valer a pena. 

Pi-Nath

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Pi-Nath

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