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Um sonho doce e amargo

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Uma certa noite, dias atrás, eu tive um sonho deleitável, daqueles carregados de simbologias e ascetismo.

Sonhei que estava em um penhasco muito alto, onde dava para ver, de cima, aves grandes esvoaçadas voando lá embaixo. Havia um vale verdejante com rios e florestas densas, tudo muito colorido, cheio de detalhes e com uma nitidez bem acima do normal. Tenho tido sonhos como este e outros com muita frequência. Fazem parte das viagens de minha alma ansiada pelo mundo.

Não pude conter o impulso de me atirar lá do alto do penhasco, não por desespero, mas por convicção de uma realização sempre repetida. Assim o fiz e sai voando extasiado como um grande pássaro. Aliás, duas coisas estão sempre presentes nestas horas: Minha fé inabalável de que vou voar e a frequência com que isto acontece.

Era tão nítido e real este sonho, que todos os atributos fisiológicos de uma pessoa normal estavam presentes, como ansiedade, um certo receio de cair, frio intenso na barriga e uma adrenalina no topo. Não faltou, um uauu!!, uauu!!, repetidas vezes. Havia uma euforia incontida e um clima de contemplação fora do comum. Senti me distanciar daquele cenário deslumbrante e me dirigir, acima das nuvens, a um outro cenário mais escuro com estrelas brotando aqui e ali.

De repente tudo se torna escuro e um tapete de estrelas se descortina em cascata, arrancando de mim um outro uauu!! uauu!!. Senti o labirinto da vida se afastando e o portal das alturas se abrindo… Estava eu em estado de graça agora, navegando em delírio num infinito oceano de estrelas, completamente deslumbrado, anestesiado. Não sei se era eu, de fato, feito minha alma ou se era minha alma feito eu, de fato. Só sei que, o que eu estava vivenciando não podia ser um sonho, pois era nítido demais e, havia ali, ao meu lado, uma presença bem forte, ligada à vida real. Alguém que eu conhecia a amava. Continuei com a minha exclamação: Uauu!!, uauu!!.  De repente, comecei a descer, descer, enquanto a presença forte daquela criatura viva em vida continuava a subir, subir gloriosa, rumo às estrelas. As cortinas das estrelas se fecharam atrás de mim.

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Desço lento e confortavelmente sobre a superfície macia das areias. Senti um doce fracasso, mas sabia que haveria uma outra sequência. De fato, tudo se apaga e se abre novamente. Só que desta vez estou em uma praia. Silhuetas escuras, salpicadas de miríades luminosas abrem-se lentamente diante de minha visão fixa.

Descortina-se um cenário de penumbra silenciosa, serena, em duplicidade: Céu e Mar. Ouço o canto de aves do mar e o quebrar de ondas estalando pelo ar. Estou no corpo de uma concha. Sou agora um molusco do mar. Não estou triste nem desapontado. Estou agradecido a Deus por mais uma doce concessão em mais uma de Suas Criações. Toda concha tem uma pérola, seja ela, grande ou pequena. Não a vejo!  Não a sinto!  Não a tenho!  Mas, entendo! A pérola é minha alma, aquela que me foi concedida para estar sempre em uma infinita travessia pela seara da Criação.
O mar agitado quebrando ondas em chuá, chuá, chuá, desnudando meu corpo de concha solitária, levou embora a pérola, minha alma. Sou agora uma peça imóvel em um cenário de praia agitado sob a luz de um luar desenhando sombras e fantasmas sobre o palco das areias embranquiçadas. Passam coisas de dois, quatro pés e mais, me bicando, me bulindo, me virando feito trapo velho nas garras e nos pés de um cão estouvado. Solto lágrimas, solto gritos perdidos no silêncio de minha alma bem, bem distanciada. Estou inerte entre o céu e o mar. Estou morto. Estou vivo. Estou na Eternidade.
Acordo feito um cão abaralhado. Busco um sentido. Sinto minha alma distanciada. Eis que volta sorrateira e se deposita despreguiçada nesta concha que ora é o meu corpo respaldado na ausência e presença da minha alma gêmea: Corpo e alma. Sou agora um peregrino ansiando compreender este sonho amoldado no meu jeito de ser. Nada mais me é estranho. Tudo me parece sereno e eterno.  Estou pronto para mais um passo neste cenário transloucado.
O sonho que parece real é apenas um sonho, uma ilusão. O real que nos parece real é apenas um sonho que parece real, mas também é uma ilusão.
Tudo aquilo que nos parece real ou um sonho, é impermanente e, portanto é uma ilusão. Somos poeira das estrelas em uma trajetória de ilusão eterna. Somos peças de um pequeno grande teatro chamado vida. Ao se fecharem as cortinas, acaba-se o sonho, continua a ilusão.
Há uma expressão no seio da espiritualidade que diz: “Quando nascemos, choramos e o mundo sorri. Quando morremos, o mundo chora e nós sorrimos”. Eu continuo chorando desde que nasci. Um dia, vou parar de chorar e vou sorri para toda a eternidade. Eu compreendi todo o meu sonho. É um alento. Não um tormento. Aprendi desde cedo, que neste mundo de ilusões e tormentos só uma coisa tem valor: O Amor isento do tormento.
Pi-Nath

A rainha e a concha

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“O mar, sereno mar, numa madrugada descansada, estou eu a olhar as águas paradas, recuadas, espelhadas. Céu silencioso, aproximado, fundido ao mar feito terra e água. Tantas estrelas no céu. Tantas estrelas no mar. Não sei se é o mar que está em cima ou se é o céu que está em baixo. Estou silenciado, vidrado. Não sei se nesta hora, sou eu a contemplar o céu e o mar ou, se é o céu e o mar que estão a contemplar esta concha vazia, solitária e abandonada. Com certeza nada está vazio e solitário. Tudo está imerso na essência do nada.
O mar, sereno mar, em contemplação noturna, minha alma está no mar, está no céu, junto a ti, junto às estrelas. Está em mim, está em ti.
És uma rainha no céu entre as estrelas. Sou um rei entre pedras, troncos retorcidos e rochedos. Teus lamentos a chorar, dádivas em tiras perfumadas, a ti enlaçarem. Teus querubins tocam harpas serenas sobre pias batismais. Em meus anseios e desejos, ouço apenas rugidos e o lamento tortuoso do mar.
Minhas lágrimas, areias encharcadas são lavadas pelo mar. Há mais de minhas lágrimas misturadas junto ao mar que tuas lágrimas espalhadas no céu de estrelas silenciadas. Sou um rei no chuá, chuá, chuá das ondas no mar serenado. Minha mão não te toca. Tua mão não me toca. Tu estás lá no alto. Eu estou cá em baixo. Silêncio no luar, serenidade no mar. Suspiro no ar, saudade do lar. 
Tuas lágrimas, lenços perfumados de cetim a enxugar e a ti confortar. Minhas lágrimas, finas areias encharcadas a reclamar e a lavar. Entre estrelas, eterna contemplação a ti amparar e a ti contemplar. Entre chuá, chuá, chuá, espumas brancas de noivas apressadas a me atormentar. No lar de lá, eu ainda permaneço do lado de cá. Cheio de lá. Vazio “de cá.”
Pi-Nath

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