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Poema: Três saudades!

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Que saudade! Que saudade! Que saudade!


Cansado da viagem, sentara eu sob a sombra escassa de um ipê amarelo-rosado que quedava sobre um
regato calmo, como um retrato carregado de saudades.
Aliviara meus pesares de outras eras passadas. Meu olhar terno, deslumbrado, para o alto eu focava.
Um amanhã convulsivo, eu visualizava, meio assustado.
Um manto de repouso cobria-me todo o corpo.
E, uma quietação montanhosa se estendia até o alto. Eu buscava, lá no topo, meu Deus Todo Poderoso.
Junto, a visão de um sonho abonançado apaziguava minha alma abarrotada de saudades.
Um silêncio no regato, um lindo fato a testemunhar.
Pairava na minha mente, a silhueta de uma Diva desfraldada com roupagem de uma inigualável beldade,
que no meu relicário de saudades, eu guardara a sete chaves.
Que saudade!
Era um outono resguardado e magoado, tímido a finalizar.
Caia cá, uma ou outra flor enferma daquele ipê angustiado. Caia lá, um ou outro galho seco a formar um ninho tosco.
Não se ouviam ecos de trombetas com desfeita em retreta sem respeito.
Apenas o cri- cri- cri de grilos roendo galhos de saudades e, cigarras em algazarra atiçando intifadas.
Havia no ar, tanta saudade, que mais parecia que era eu a soprar lentas folhas soltas pelo ar, e o ipê a chorar
uma ou outra lágrima amarelo-rosada carregada de saudades, espalhadas pelo ar.
Adormeci sob um céu azul mosaicado, cheio de nuvens brancas filetadas como uma escada apontada para o alto.
Um sono casto acabara de selar um sonho a se despedaçar em retalhos de saudades.
Eis que começara aquele sonho que seria a minha seara fatiada…
…Entre beijos, abraços, tímidas gargalhadas e convidados, a linda Diva que eu sonhara desfilava felicidades,
sem traços de frivolidade e nenhuma vulgaridade.
Na fila que se formava para felicitar tão querida celebridade, estava eu em tamanha desvantagem como nunca antes sonhara.
Cada convidado com sandálias cravejadas, trazia junto ao seu braço, todo traço de ricaço.
Eu descalço, obstinado, com a face rosada, todo silêncio guardava.
Trazia em meu braço, apenas uma rosa roubada do jardim de um ricaço descuidado.
Julgava eu, a cada passo que dava, que o ato puro da minha alma respaldava em saudades.
Aguardava com ansiedade minha hora de chegada, para lhe entregar aquela rosa bem guardada.
Talvez, talvez, nada significasse naquela alta festividade.
Perfumes, joias e dourados derivados passavam de braços em braços naquele espaço bem alargado.
Ali, na fila, ninguém me via e, eu também não a via, mas sabia que ali havia uma obra-prima que nesta vida eu ainda não vira.
Ao me aproximar daquela que exalava beleza e realeza, mesmo antes que eu pudesse vê-la, comecei a tremer, comecei a sofrer.
O brilho de sua nobre alma congeminava em sua meiga face. O brilho de sua doce face resplandecia com leveza em sua bela alma.
Eu só queria estar perto dela por um minuto para me lembrar dela por toda a eternidade.
Que saudade! Que saudade!
Não criamos o destino. Dele, tudo o que sonhamos de belo nos é furtado.
Uma brisa fria me feria a alma. Uma lufada morna abanava aquele que já não dormia, despertado em sobressalto pelo ranger de galhos arranhando galhos em tons alto, esvoaçado pelo ar, tragando tralhos e bugalhos. Era como uma nevasca em mares agitados…
O pé de ipê amarelo-rosado já não tinha mais nada de amarelo-rosado, onde tudo lhe fora arrancado e roubado pelo vento que soprava em desbravada.
Acordei brusco sob o sopro das trombetas, desta vez, junto com cornetas em retretas com desfeitas sem respeito.
Sob o efeito daquele sonho despedaçado, aproximei-me do regato, sentindo o ar que soprava traços e bagaços, em frangalhos, carregados de saudades.
E, o regato no seu estreito laço, agora com suas águas agitadas, carregava os trapos e pedaços da saudade que me sufocava.
Entre uma pedra e outra, na margem do regato, um remoinho se formara. E, no que parecia uma guirlanda de folhas e flores desbotadas lá estava um ramo valente que girava e lutava para salvar uma rosa que carregava como alça avariada.
Girava… Girava… Giravam folhas secas e flores amarelo-rosadas, parecendo protegê-la do desenlace que formara.
Estendi as minhas mãos, ainda trêmulas do sonho esfacelado…
Recolhi daquele torvelinho agitado, o ramo que girava feito uma veleta enfeitada.
Ficaram entre os meus dedos, apenas as pétalas contristadas, ainda vivas, da rosa daquela Diva que no meu sonho ainda vive, resplandecendo leveza e beleza em sua alma iluminada.
O ramo valente, agora órfão, desaparecera no regato agitado que tragava os traços da minha saudade esfacelada.
Do meu sonho estilhaçado, restaram apenas as pétalas da rosa diante dos meus olhos rasos d’água, afogados de saudades.
                                                 Que saudade! Que saudade! Que saudade!                                                                                                                           
                                                                                                                           Pi-Nath   
       

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Pi-Nath

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