Memórias de um velho banco de madeira

Cosmovisão – Um abrir de cortinas – Uma visão Maravilhosa.

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“O coração humano anseia por conforto alcançado somente através de enlevos e lenitivos”.

Este velho banco de madeira desde o instante em que recebeu o poder da consciência tem estado abarrotado de conteúdos memoriais de todos os tipos. Memórias   de como o relacionamento entre entidades da família humana   se processam expondo divergências de pontos de vistas sobre questões da dinâmica do dia a dia, de tudo e de todos. Anagógicos envolvendo temas entrelaçados exclusivamente  com o funcionamento do universo humano envolvendo o banal, o social, o empresarial, o religioso e o político onde o topo geralmente se estampa pomposamente desaguando  em ostentações e poderes terrenos. Tudo se relaciona convulsiva e conturbadamente dentro do mundo materialista humano. Pouquíssimos são os enunciados sob o manto da espiritualidade que tanto deveria ser parte integrante do convívio humano. São raríssimas  as pessoas que passam por esta trilha de caminhada e se sentam neste banco deixando memorias carregadas  de belezas capazes de produzir encantamentos profundos. Quase todas as bagagens deixadas aqui estão carregadas de vulgaridades e de trivialidades. Mas algo de grande relevância aconteceu recentemente para minha surpresa: Um senhor de uma certa idade, porém  de uma aparência bem revigorante acompanhado de uma  jovem senhora de uma bela e esbelta aparência aqui se sentaram e, imediatamente percebi o quanto é valioso ser portador de uma compostura tão cheia de dignidade. Deve ser uma criatura de um outro planeta na imagem de um ser humano comum. Fui tocado profundamente pelo conteúdo sensível e carregado de compassividade que se escondia sob o seu porte físico. Num certo instante, no meio da conversa amigável entre os dois, ele muito educado e visivelmente bem equilibrado falou o seguinte para a sua acompanhante: –  Elizabeth! Eu vou torcer muito para que você encontre um companheiro mais jovem e bem digno da sua pessoa para seguirem  juntos na sua trajetória de vida. Ele continuou: Junto comigo, apesar do seu amor, vai ser muito difícil você lidar comigo, pois a minha compreensão sobre a vida e sobre o mundo é muito diferente do comum. – Ela insistiu pedindo que ele discernisse com mais clareza como ele é realmente. Meia hora se passou e ela nesse tempo se postou passivamente em silêncio, só ouvindo atentamente. De repente  desabou uma cascata de lágrimas  inundando toda a sua face bem talhada e rosada. Estava tremendamente chocada diante do que ouvira silenciosamente. Passados alguns minutos, ambos se levantaram do banco e o ciclo de memórias se interrompeu. Permaneceram em pé por alguns instantes olhando-se mutualmente num tom de suavidade quando ela falou o seguinte:  Nada do que você me contou seria um empecilho para eu deixar de te amar. Nem estes motivos e nem qualquer um outro me faria deixar de te amar eternamente. Uma declaração de amor contundente e muito forte. Partiram um ao lado do outro na mais digna compostura de respeito e se afastaram. Mais adiante pararam na mesma trilha  por um breve momento e ele pegou na mão dela entrelaçando os dedos de ambas as mãos e foram embora. Quem ficou em dificuldade em se recompor fui eu, um velho banco de madeira que teve a sua estrutura física toda estremecida com um encontro dessa natureza e uma fascinante revelação. Um conjunto de memórias maravilhosas.

Vamos conhecer juntos esta extraordinária  pessoa que faz parte do universo humano. Uma raridade! Precisa ser conhecida.

Cabe somente a mim anatomizar em detalhes tudo aquilo que ficou camuflado em poucas palavras  e em um tão restrito espaço de tempo. Cada pessoa que ao sentar-se neste banco de madeira deixa impresso nele todo o seu histórico de vida, apenas os extratos de relevância, aqueles que contribuem para melhorar o mundo, estes são os revelados.

Convém destacar aqui  um detalhe que parece ser uma revelação de autenticidade da existência do destino. Este casal, ele conhecido como o Juiz Millus um magistrado da cidade e ela,  Elizabeth uma moça  da sociedade local, uma escritora romancista. Ambos se encontraram recentemente pela primeira vez por ocasião da abertura de um Festival Literário na cidade. Neste evento foram realizadas várias atividades entre estas uma teatral e uma outra de revelações  quiromânticas. Nesta última as pessoas presentes tiveram conhecimento dos significados dos sinais em suas mãos. Aqui foi revelado para todos os presentes a existência de duas pessoas no local com os mesmo sinais em ambas suas mãos, Juiz Millus e a jovem Elizabeth. Isto foi uma surpresa para os apresentadores quiromânticos e para o público presente, pois segundo esta ciência de fronteira, quem têm estes sinais nas mãos são portadores de elevadas missões altruístas e de cunho espiritual e, não podem fugir delas. É algo muito raro. Isto foi um choque para todos especialmente para o Juiz Millus e a  jovem Elizabeth que não se conheciam e não tinham conhecimentos deste fato. Nesta primeira ocasião a jovem Elizabeth foi contaminada profundamente por um sentimento de admiração pelo Juiz Millus, uma espécie de um amor avassalador à primeira vista. O segundo encontro de ambos se deu de forma planejada na trilha do parque da cidade onde chegaram a se sentar neste  velho banco de madeira. Ai eu pude absorver o histórico de vida de ambos, uma surpresa maravilhosa para mim. Percebi o quanto foi profunda e sincera a declaração de amor da jovem Elizabeth pelo Juiz Millus e o quanto foi profundo e sincero o ato de orientação do Juiz Millus. Um casal raro. Ele poderia ter tirado proveito da situação, mas não o fez. Não o fez porque tinha dignidade e era um homem de  caráter. Um ser certamente de um outro mundo. 

A Elizabeth depois que ouviu o relato do Juiz Millus chegando ao ponto de  chorar copiosamente teve um motivo  consistente e bem substanciado. Estava ela ali, diante de uma pessoa de extrema raridade. Não  cometeu nenhum erro e não se precipitou ao fazer a sua comovente e ardente declaração de amor. Ela era um tesouro de conteúdos elevados de grande beleza. Houve uma razão bem forte que vamos conhecer agora.

O extrato memorial do Juiz Millus  vai abranger apenas os seus últimos cinco anos até o instante em que esteve aqui na companhia de jovem Elizabeth. A pergunta que fica no ar neste momento é o que poderia ter dado tanta excepcionalidade a este senhor! 

No período anterior à abertura desta narrativa o Juiz Millus desempenhou a sua função de magistrado de uma forma marcante seguindo a risca a sua potencialidade passivista. No ato do desempenho das ações de  julgamentos levou sempre em consideração não a falta cometida, que tenha sido esta leve,  grave ou muito grave, mas o histórico de vida dos seus réus, a sua relação com a sociedade, sua situação social ou o seu caráter patriótico. Agiu sempre com misericórdia deixando como legado sua postura de bondoso. Não transgrediu jamais o que dita a lei, mas foi impecavelmente  justo, bem justo. Por essa razão passou a ser muito querido. 

Nos dias atuais não é mais um juiz ativo, pois já está aposentado, porém  leva uma vida movimentada  em um outro extremo de profissão. Comprou um belo sítio no interior do estado, uma pequena fazenda, e está realizando com muito entusiasmo o seu sonho de vida. Ser um fazendeiro. Um fazendeiro bem diferente. Ele é uma criatura muito sensível com a vida, independente de ser esta,  humana ou animal. A sua diferença dos homens comuns é que a vida animal é a que lhe dá sustentação motivacional, é a que lhe dá alegria e a que lhe faz feliz. A sua pequena fazenda foi preparada para dar suporte à vida animal à altura de quem está na vanguarda daqueles que  pretendem  se eternizar preservando a vida com muito amor. O seu primeiro gesto em dar início a esta missão aconteceu da seguinte forma: Um certo dia saiu com o seu carro para conhecer as cercanias da sua propriedade, quando um pouco afastado do seu local se deparou com uma situação que o fez parar para ver o que estava acontecendo: Um grupo de seis homens tentava levar para uma parte mais alta de um barranco,  um enorme porco que gritava desesperado, pois estava sendo arrastado com uma corda amarrada no pescoço em direção a um matadouro debaixo de uma árvore. Os homens faziam um esforço enorme para levar o porco até o local do abate. O juiz Millus diante daquela cena que o deixou impactado emocionalmente interveio perguntando: O que vocês estão fazendo com este animal? Vamos abater o bicho para vender em pedaços na feira da vila, respondeu um dos homens que tentava levar o porco acima do barranco. O Juiz Millus cruzou o seu olhar com o do porco e notou que os olhos deste estavam cheios de lágrimas. Interveio com rigor dizendo: Ele não é um bicho, é um ser vivo. Não façam isto! Se vocês o matarem quanto isto vai render em dinheiro para vocês? Um dos homens ali presente respondeu:  Pela venda da carne vamos ter um rendimento de uns seis mil reais. O porco pesava em torno de 300kgs. e era enorme. Estava desesperado, alaria e gritava como uma criança sendo espancada. O juiz Millus foi incisivo: Eu pago dez mil reais por ele, tá bom? Um dos homens respondeu, tá bom, aceito! O Juiz  Millus lhe falou, me dê meia hora que eu vou buscar o dinheiro. Os homens pegaram a corda que prendia o pobre coitado pelo pescoço e o amarraram na árvore a espera do comprador.  Enquanto voltava para a fazenda para pegar o dinheiro o Juiz Millus imaginava como colocar o porco na carroceria da caminhonete. Ela era um homem esperto e muito inteligente. Estava trazendo consigo uma carta na manga: Um piano portátil de brinquedo que dera anos atrás a sua única neta, sendo que esta agora já é uma mocinha e não brinca mais com o piano. O Juiz Millus muito rapidamente voltou com o dinheiro entregando-o a um dos homens que assinou um recibo e o pobre porco estava livre do abate.

Voltando ao lugar onde estava o porco, ao fazer o pagamento pelo mesmo ouviu de um dos homens ali presente, que todos juntos ajudariam a colocar o pesado animal na caminhonete. O Juiz Millus lhes disse: Não precisa fazer nada, deixem que esta tarefa é minha agora. Os homens ficaram olhando um para a cara do outro, todos surpresos. O Juiz Millus subiu o barranco, retirou a corda do pescoço do pobre porco, desceu até o veículo e, em cima deste ligou o piano com uma música bem suave. O porco repentinamente se acalmou e se levantou. Caminhou até a beira do barranco onde estava a caminhonete e subiu na caçamba em direção ao piano sem nenhuma hesitação. O Juiz Millus fechou a caçamba e disse obrigado e até logo aos homens. Estes ficaram estupefatos diante do que estavam vendo e ficaram imóveis como estátuas sem entender nada. Chegando na fazendinha o Juiz Millus contou com a ajuda de um assistente e colocaram o porco com muito cuidado em um local apropriado. Esta criatura de quatro pés, agora bem calma, não parava de derramar lágrimas, lágrimas de gratidão por  alguém que agiu com um gesto nobre de compaixão. Este ser vivo salvo de uma morte brutal era o primeiro animal de uma série de muitos outros. Recebeu carinhosamente o nome de “Julião” o porco querido do juiz Millus. 

Aqui convém fazer um abertura para um fato de grande importância: Uma parcela muito grande de pessoas não sabe que a música exerce um fascínio enorme sobre os animais. Isto é algo indiscutível no meio acadêmico. Só falta descobrir em que parte do cérebro dos animais este fato ocorre. Grandes pecuaristas dos Estados Unidos da América e também da Austrália e Europa usam o artifício da música para reunir seus rebanhos. Não é o som de qualquer instrumento que produz o resultado esperado. A sonoridade dos instrumentos musicais para produzir este resultado deve ser oriundo de pianos,  trombones, violinos, sanfonas, clarinetes e outros instrumentos de sopro e também outros de cordas. O som deve ser sempre suave e de grande profundidade para produzir o resultado. Animais como caprinos, bovinos, suínos e outros também respondem positivamente a este fato.  

A partir do dia em que ocorreu o episódio com o porco, o Juiz Millus sai com frequência junto com um dos seus assistentes pelas cercanias da região, sempre à procura de animais que sofrem maus tratos, animais velhos abandonados como cachorros, gatos, cavalos, jumentos, burros, aves e muitos outros. É  uma tarefa que faz com muito gosto e entusiasmo. A sua fazendinha passou a ser um santuário de animais sofridos.  Foi  credenciada pelas autoridades e referenciada como um modelo exemplar.

Algum tempo se passou quando um outro acontecimento inesperado chamou abruptamente a atenção do Sr. Millus. Um dos seus vizinhos em uma fazenda um pouco mais distante tinha um touro velho preto muito bravo que não deixava ninguém se aproximar dele. O proprietário decidiu então abatê-lo atirando nele uma vez que o meio tradicional de abatimento não podia ser posto em prática visto a agressividade do animal. Sabendo disto, o Sr. Millus correu rapidamente até lá e comprou o touro. Reuniu oito homens com cordas que usadas como laços imobilizaram o touro levando-o para a fazenda  santuário. Lá chegando foi solto em uma colina verdejante inundada de flores silvestres. Era uma primavera inesquecível. Ele se  lembrou de uma figura icônica muito famosa e colocou seu nome no touro que acabara de chegar ali: O touro “Ferdinando”, o cheirador de flores”. Houve também um outro fato que envolvia um pobre jumento com um ferimento grave no dorso das costas de tanto puxar carroças de entulhos e lixos da cidade próxima. Sabendo disto, o juiz Millus interveio e comprou o animal do carroceiro insensível. Ao chegar no santuário o jumento recebeu o nome de “Faustino”. Houve também um outro caso envolvendo um burro velhinho muito maltratado que depois de ser acolhido recebeu o nome de  “Esmeraldo”

O tempo foi passando com a mesma atividade de recolhimento de infelizes animais tendo continuidade. Numa certa ocasião, o Sr. Millus resolveu fazer uma enorme cama forrada de feno em uma área circular coberta. A cama era baixa para permitir o acesso de qualquer animal. Demorou um pouco até os animais perceberem a utilidade. O juiz Millus tinha o hábito de andar sozinho pelos campos da fazenda, sendo frequentemente acompanhado de alguns animais que decidiam segui-lo. Em uma ocasião ele se deitou na vasta cama e foi logo seguido por um grupo de animais que ali se alinharam juntos, deitados ao seu lado. Isto se tornou frequente, tamanha era a interação entre ele e a prole. 

Ele tinha por hábito colocar em um saco grande, diversas frutas e legumes cortados em pedaços e saia distribuindo entre todos os animais que encontrava por onde passava. Naturalmente o saco tinha que ter o peso que ele podia carregar, pois ele já tinha uma certa idade e agia com cautela. Quando isto acontecia criava-se um cenário de uma grande beleza onde o amor estava bem disseminado entre todos. 

Uma cena que ficou eternizada entre todos os que viviam na região ocorreu da seguinte forma: Numa manhã cedo depois de fazer a distribuição das iguarias entre os animais, sob um sol matinal que acelerava esquentar a grama orvalhada da madrugada fria, o Juiz Millus encontrou um lugarzinho já quente no gramado e nele se sentou para curtir melhor o dia que se iniciava com alegria no ar e o cantarolar desenfreado de pássaros. Estava um pouco cansado e não demorou muito, caiu num cochilo e em seguida adormeceu sob um sol que o acalentava. Passado quase uma hora, acordou brusco com uma algazarra de patos e gansos quase brigando entre si. Recuperou sua posição no tempo e espaço e percebeu que onde estava deitado havia também a companhia de vários animais,  entre estes, deitado ao seu lado estava o “Julião” seu porco querido, acompanhado ao seu lado de outros animais como uma vaca, o seu cachorro de estimação o “Thor” despojado sobre as pernas do Juiz Millus, vários outros animais como um cervo, um coelho e outros. A sua frente, a uns quatro metros de distância estava o “Ferdinando” o touro cheirador de flores, sentado, fitando com os seus olhos brilhantes aquele que o salvou de ser morto a tiros. Estava também ali ao seu lado o “Faustino”, o jumento do carroceiro que estava com a cabeça toda enroscada no fundo do saco tentando encontrar um pedaço de fruta. Também estava presente o “Esmeraldo” bem aprumado. Era uma cena onde faltava muito pouco para se comparar à Manjedoura onde JESUS se encontrava no estábulo há mais de dois mil anos. Lá no alto em um lusco-fusco estelar distante, Belchior, um dos três Reis Magos dizia a seus companheiros Gaspar e Baltazar, calma gente, não desçam lá embaixo, pois aquele lá embaixo não é   JESUS é apenas o Juiz Millus. Aqui em baixo, o cenário desatinado onde os patos se envolviam numa contenda de grasnar acirrada sem fim com os ganso, estes primeiros afirmando que era JESUS ali deitado no chão enquanto  os gansos irredutíveis defendiam que era apenas o Juiz Millus. O homem meio tonto se levantou, recompôs-se do cochilo, surpreso com o que via, sacudiu a sua roupa enquanto os gansos e os patos pararam de grasnar chegando a um acordo, todos testemunhando que de fato era o Juiz Millus que ali estava deitado.  

Esse tom de brincadeira que acabou em um desague relaxado não faz parte deste elenco de memórias. Foi apenas uma inserção de gracejo da parte deste velho banco de madeira que às vezes se envolve na inocência das cousas. 

O Juiz Millus  sempre lidou com seres humanos de todos os tipos e comportamentos. Aprendeu a ser calmo e sereno em toda e qualquer circunstância sempre ouvindo com atenção e paciência ao que falavam os corações de cada um. Eram humanos, muitos desgarrados da sociedade, tantos outros injustiçados pelo ardor da vida. Agora deixara de atender essas criaturas e passou a atender aqueles que procuravam se expressar através gritos, gemidos, latidos, miados, mugidos, grasnados  e choros sem que ninguém lhe desse atenção.  Ouvia atentamente o que o coração destas almas chagadas tentavam falar sem que ninguém lhes entendessem e tivessem interesse. Essa sua mudança ocorreu depois que adotou e passou a ser o tutor de um pequeno filhote de um cãozinho preto muito fofo, aquele tipo de pet que pela cor muita gente rejeitava. Esse cãozinho cresceu, cresceu e se tornou um formidável companheiro de vivência onde lhe ajudou  a descortinar o fascinante e misterioso  universo espiritual dos animais. Foi batizado honrosamente com o nome de “Thor”. 

Este convívio lhe despertou a importância do pet como animais guardiões da vida. Algo muito precioso que a grande maioria das pessoas  não tem ideia do bem que eles fazem as suas vidas. Elas não sabem e não conhecem o poderoso foco vibratório que tem a alma de um cachorrinho, a alma de um gato, de um coelhinho, a alma de uma ave principalmente de um papagaio, de um pato, um ganso, a alma de um cavalo, um boi, uma vaca, um jumento, uma ovelha e diversas outras. Essas almas tem o poder de gerenciar, inconscientemente, fluxos energéticos desagradáveis e maléficos poupando alguns membros da família de humanos  da casa de problemas ruins. Estão todos muito longe de compreender este fato  mesmo com o conhecimento que se tem hoje sobre o contexto espiritual da vida terrena. Por trás do corpo vivo dessas criaturas há uma alma, um espírito estruturando e personificando a sua individualização. Sabemos muito pouco da importância desses seres em nossas vidas. Os psicólogos e estudiosos estão enfatizando e sempre orientando a conveniência de se ter um pet em casa para promover um bem estar melhor para crianças e  pessoas idosas porque o sentir-se querido e o sentir-se feliz ativa mais intensamente  o foco vibratório dessas criaturas em benefício das pessoas. Há registros de pessoas com famílias numerosas que ao chegar em casa, vindo do trabalho ou de uma viagem, a única criatura  que se sente mais feliz é o cachorro. Isto representa a importância da  questão de sermos bem recebido com afeto e festas. Os animais sabem fazer isto muito bem, mesmo aqueles que não são tão festivos como os cães. Este gesto por parte dos animais acalma os estados aflitivos das pessoas  e produz  equilíbrio.

No campo das revelações espirituais este fato ainda não está totalmente esclarecido. Cada espécie da natureza terrena tem a sua manifestação. O jacaré tem a sua natureza de ser jacaré. O leão tem a sua natureza de ser leão e assim por diante. O quê determina isto? É o DNA de cada uma dessas criaturas porque os espíritos desses animais são neutros. Eles não tem a bagagem senciente no sentido de produzir a razão ou de produzir a consciência de si mesmos. O leão é um leão porque o DNA dele o faz um leão. A alma de um leão não tem como não ser de um leão. A alma de um leão não tem a menor simpatia acumulada de vivência com humanos. A alminha que nasce com o DNA de cachorro já tem a simpatia por humanos. Há uma coletânea de vivência dessa espécie ao longo da evolução da natureza terrestre. É importante que a gente perceba que as almas obedecem a todo um processo evolutivo desde o reino mineral ao vegetal. Aqui ocorrem as transições de fases no salto quântico até se mergulhar no reino animal onde o psiquismo desperta sobre a forma de instinto. O instinto do jacaré, o instinto do leão tem exatamente a haver com o que a alma deles vem colecionando ao longo dessa travessia. A alma do cachorrinho no que se refere ao reino animal é mais evoluída do que a alma do jacaré, do leão. A alma do cachorrinho já passou pela fase da alma do jacaré, do leão. No reino animal, ainda irracional, a espécie dos cães ocupa um lugar bem  interessante e de destaque. O cão gosta de você e de todo mundo. Ele ama incondicionalmente e fervorosamente. Nós humanos precisamos refletir bastante sobre este aspecto. Em todas as espécies de animais na natureza, a única que segue à risca os conselhos de JESUS é o cão. Já os gatos não gostam de todo o mundo. Eles escolhem de quem eles vão gostar em um ambiente familiar. 

Na interação dessas alminhas com os seres humanos quando essas criaturas amam é uma riqueza de sinalização amorosa bem clara, impressionante e muito útil ao convívio pacífico no seio dos humanos. A importância de se ter um animal de estimação em casa é uma recomendação insistente no meio psicológico. Faz muito bem às pessoas, complementado o senso de família, transformando o dia dos humanos em dias melhores, mais agradáveis com alta estima e bem querer. 

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Há um acontecimento notável envolvendo a interação de cães com os humanos. Aconteceu com a presença do Juiz Millus que foi um dos protagonistas de um drama surpreendente  em um caso onde o mundo espiritual marcou uma presença muito intensa. Em um certo momento à noite, depois de cumprir todas as tarefas incessantes do dia, o Juiz Millus já em recolhimento foi surpreendido com um chamado urgente em frente ao portão de sua casa na fazendinha. Era um senhora vizinha a sua propriedade que implorava por um socorro urgente ao Juiz Millus. Ela lhe pediu que fossem urgentemente a sua casa, pois tinha um filho passando mal e não dava tempo de procurar um socorro médico. Entraram apressados em um carro e para lá se dirigiram. Chegando em casa se depararam com o drama grave de um rapaz estirado no chão em convulsão, tremendo e gritando alto com uma crise nervosa incontrolável. Tomando conhecimento, na hora, de que era o filho mais  velho da senhora e que estava ausente há mais de oito anos e que era um usuário de drogas pesadas. Havia chegado em casa naquele mesmo dia já passando mal e que ali se encontrava naquele estado lamentável sem que ninguém pudesse fazer nada. A senhora e todos os seus familiares ali presentes, junto com o Juiz Millus começaram a fazer preces e a orar para atenuar o  problema.   Enquanto o rapaz se debatia descontroladamente no chão, o Juiz Millus fez valer, silenciosamente, de um dos seus dons que é o de mergulhar no mundo sutil para compreender certas situações. Inteirou-se de que o rapaz pelo uso contínuo das drogas estava tomado por um espírito maligno  que puxava com força uma corda amarrada no seu pescoço tentando arrastá-lo para o mundo das trevas. O rapaz lutava com todas as suas forças para se livrar daquela situação terrível, mas não conseguia. Inteirado deste fato, o Juiz Millus percebendo que as orações e preces não produzia nenhum efeito, perguntou apressado à senhora da casa se havia ali um cachorro. Ela respondeu que sim, mas que era um cachorro pequeno. O Juiz Millus disse que não importava e que trouxessem rapidamente o cachorro para o local do incidente. Assim o fizeram. Quando o cachorrinho que estava em um outro ambiente entrou correndo na sala onde estava o rapaz  se atirou sobre o seu peito sem camisa num misto festivo, de afeto,    e de desespero ao ver o seu dono daquele jeito, lambendo todo o seu peito e seu rosto numa euforia  incontrolável, onde latia, gemia e chorava descontrolado. Sob o olhar de todos os presentes, o rapaz foi dando sinais de que estava superando aquela fase terrível. O cachorrinho não parava de prestar aquela assistência “espiritual” quando de repente o espírito maligno foi perdendo forças,  soltou a corda em volta do pescoço do moço, sentiu perder a contenda e se retirou para alívio do rapaz. Naquela hora ele parou de tremer e se controlou totalmente recompondo-se fisicamente. A festa de alegria do cachorrinho se completou quando a crise passou. A alegria de todos foi geral e o Juiz Millus chegou a chorar de emoção. O amor do cão para o seu dono foi maior do que a força das preces e orações de todos ali na sala. O amor do animal superou o amor dos humanos juntos lá no ambiente. Foi maior no sentido da incondicionalidade, da pureza de coração. Acontecimentos dessa natureza escondem processos espirituais importantíssimos para o aprimoramento do conhecimento humano sobre o mundo espiritual. Estamos ainda muito longe de entendermos este processo evolutivo. 

Se você puder ter em casa um animal de estimação,  qualquer que seja um deles, é muito importante para o bem estar familiar. É muito difícil uma casa que tem crianças, animais de estimação vivendo em conjunto familiar, que haja problemas de ordem espiritual. A alma dos animais opera em um padrão de contribuição altamente benéfico para com a alma dos humanos. No incidente com o moço que retornou a sua casa muito doente, o amor do cãozinho foi igual ao amor de JESUS por nós humanos, onde chegou a interromper uma investida muito forte de uma entidade das trevas. Quando o rapaz saiu de casa tempos atrás deixou o seu cãozinho pequeninho aos cuidados de outros e, este oito anos depois o reconheceu imediatamente.

Passado este acontecimento que deixou marcas em todos, o Juiz  Millus tomou a iniciativa de convidar o rapaz para trabalhar lá no santuário, fato este que foi muito bom para o moço, pois o convívio em um ambiente onde o amor  prevalecia sobre todas as coisas foi vital para erradicar o terrível vício das drogas que quase ceifou a vida do rapaz. O tempo passou e o rapaz recuperou todo os seu potencial de saúde e se curou. Onde há o amor puro, o mal não prevalece. 

O conteúdo desta narrativa foi o que provocou a avalanche de lágrimas no rosto da jovem Elizabeth quando esteve ao lado do Juiz Millus, ambos sentado no velho banco de madeira na trilha do parque da cidade. Ela compreendeu que o DNA do Juiz  Millus está envolto em uma membrana de Luz, uma Luz que é a própria essência de JESUS em Amor Puro. Ela compreendeu que fazia parte deste maravilhoso mundo. Esteve apenas um pouco distante, ausente, mas que agora procurava retornar para casa. Esta foi a razão da sua ardente declaração de amor pelo Juiz Millus. 

Os animais que se sentem amados pelos seus donos têm uma percepção muito aguçada do ambiente sutil no qual vivem. São capazes de perceber qualquer vibração ou alteração.  Sentindo-se amados eles se armam do amor incondicional pelos seus donos e reagem protegendo-os de perigos dos mundos invisíveis. Há muitos registros feitos pelos  donos de cachorros, estes com o olhar fixo no alto fitando coisas que só eles enxergam. Em alguns casos o olhar permanece fixo e sereno sem o cão esboçar nenhuma reação. Nestas situações, segundo espiritualistas, eles estão visualizando anjos. Já em outros casos quando há reações de ataques, a visão é de entidades das trevas ali presentes.

Voltando um pouco atrás nesta viagem fascinante, o  arquivo dessas maravilhosas memórias se interrompeu no instante em que o Juiz Millus e a jovem Elizabeth se levantaram do assento do velho banco, pois a captura de memórias só ocorre quando alguém está sentado no banco. 

Este conteúdo de memórias classificadas como notáveis não é baseado em ficção. Constituem fatos reais e estão acontecendo em muitos locais do nosso planeta. É lamentável que as pessoas não se inteirem destes tesouros reais, pois se assim o fosse, o mundo seria bem melhor. Os únicos elementos de ficção neste drama inesquecível são os  nomes dos figurantes que tiveram os seus verdadeiros nomes preservados em sinal de respeito e proteção. Obrigado! Obrigado! Obrigado!

Pi-Nath

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