Quem sou eu? Quem somos nós?

“O coração humano anseia por conforto alcançado somente através de enlevos e lenitivos”.

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Sonhei que estava em uma praia contemplando o mar azul onde a única coisa que ouvia era o chuá, chuá, chuá das ondas arrebentando-se sobre as pedras e, esparramando-se em espumas brancas desenhando véus de noivas e mantos brancos de anjos nas areias brilhantes. De repente me vi flutuando sobre o mar, compreendendo a grandeza e a beleza das águas e das terras margeando os mares. Flutuei mais alto e vi os extensos oceanos e as altas cordilheiras ajoelhadas sobressaindo-se sobre os continentes. Flutuei mais alto ainda passando das nuvens mais altas e vi como tem um belo azul o nosso planeta e como é gigantesca essa bela esfera azul suspensa no espaço sem nada a lhe segurar. Fiquei maravilhado quando me afastei mais ainda e, quando uma nuvem de quietude e serenidade me invadiu, e tomou conta da minha alma. Como um raio cósmico indobrável, cheguei aos anéis de saturno e parei por um instante para contemplar um pontinho pequenino, tenuamente brilhante lá no fundo escuro do cosmo. Era a terra. A nossa querida terra. Segui adiante mais rápido, deixando para trás o sol e sua bela família de planetas apagando-se lentamente. Quanto mais eu me distanciava, mais uma sensação forte me acompanhava: A de que eu estava navegando no infindável oceano da Abrangência Total. Estou agora não sei onde. Procuro minha terra querida e não vejo sequer o nosso sol. O que sou? O que somos? Apenas poeira sobre grãos de poeira infinitamente minúsculos, flutuando como pó esquecido num oceano sem fim de incontáveis grãos de pó e poeira navegando em meio de uma tormenta luminosa, forjando maternidades e cemitérios de estrelas de todas as grandezas. Tudo é pó na infindável imensidão celeste. Eis que, como num ousado passe de mágica  me encontro novamente na praia, ainda sonhando ao som das ondas em chuá, chuá, chuá  arrebentando-se sobre pedras e areias brancas brilhantes. Estou silenciado e… Extasiado e, fascinado!.

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Caro(a) Amigo(a): Existem pessoas vaidosas, arrogantes, prepotentes e exibicionistas que chegam até a dizer que são privilegiadas ao receberam  convites de Deus. Dizem até mesmo  que beijaram a mão de Deus e que sentiram o seu toque e o seu perfume. Ora! Ora! Que petulância! Que insolência! Este não é Deus. Deus não tem mãos para serem beijadas. Não tem pés. Não tem corpo e nem mesmo cabeça. Deus não tem forma e não usa perfume. Deus não tem características personalizadas. Deus é UM ESTADO que  só pode ser acessado pelo Amor, pelo Silêncio, pela Humildade. Ele está presente em tudo e em todo lugar. Ele é a Essência da Fonte. Tudo cria e tudo destrói. Só não cria e nem destrói o Amor, pois Este é Eterno e é a Essência da Fonte.

Deus é Um Eterno Estado de Abrangência Consciente Total. Nós humanos só temos acesso a uma tênue ideia desta Abrangência quando estamos mergulhados na pura essência do amor, de coração  por toda a criação.

Deus é impossível de ser visualizado, não pode ser desenhado conforme desejos e não pode ser compreendido. Cabe a nós humanos termos acesso a apenas um fragmento minúsculo da visão real de sua Abrangência Consciente, uma sutil percepção de sua Existência e de sua Natureza. Fragmentos minúsculos dessa Natureza  estiveram  presente em mim quando em sonho estive entre os anéis de saturno. Lá, pude sentir uma quietude e uma serenidade inundando a minha alma pasmada como as almas humanas quase todas combalidas. Senti-me fortalecido por essa força que me atirou de voltar à praia, para ensaiar tudo de novo outra vez, pois somos crianças eternas.  Essa percepção de Deus se manifesta em nós quando praticamos amor em todos os sentidos, sabendo que o amor é a natureza de uma realidade eterna em todo o cosmo onde a Sua Abrangência Consciente está em nós, bem perto de nós e também o mais longinquamente possível. Deus existe como um Estado Consciente Total e Eterno e nada, nada mesmo será entregue ao esquecimento e a negação de Sua Essência, Luz e Grandeza quando Dele estamos perto e buscamos a Sua presença.

Somos todos grãos de poeira minúsculos valiosos e preciosos atravessando, num  período curto de vida, uma jornada cujo destino final é o retorno ufano à Abrangência Consciente Total. Somos todos divinos. E, eu fui sacudido dos pés à cabeça para não esquecer esta realidade factual quando voltei a ouvir o chuá, chuá, chuá das ondas quebrando sobre as pedras e esparramando espumas brancas nas areias brilhantes da praia. Como pode a matéria através de um grão de poeira minúsculo contemplar a integralidade da matéria do universo e sobretudo ter a percepção da existência deste Estado Consciente  ?????Em síntese: Como pode a matéria, um grão de poeira, contemplar a própria matéria  e o TODO ?????

Pi-Nath

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