Um punhado de sementes.
“O coração humano anseia por conforto alcançado somente através de enlevos e lenitivos”.
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Corpo fadigado. Mente cansada. Olhos entreabertos e a sonolência pesada já tendo lhe alcançado. O pobre homem se entrega, enfastiado, sobre a cama desordenada. Vive sozinho sem ninguém para lhe dividir os cibalhos das panelas e, os eivados espaços destrambelhados. Nada a lhe alternar a guarida, quebrada vez outra pelo piado de corujas a lhe importunar o sono sempre em horário inapropriado. Nada a lhe imputar ânimo em lugar do seu estado descorçoado. O que lhe resta naquele fim de tarde, ainda sob um ar escaldante do dia passado, é a braçada da noite a lhe envolver com todas as artimanhas de tições e tinhosos, em sonhos sucessivos, reflexo do seu esforço sem retorno. Seu corpo jaz esparramado, desalinhado sobre o jirau de paus. Sua mão combalida, deixa à vista uma porção de sementes verterindo entre os dedos engelhados sobre o travesseiro nodoado. O sono lhe engessa e dois sonhos lhe alberga. Apenas duas janelas lhe instrui sobre o cenário desolado a perder de vista em sinal de contiguidade.
Primeira janela – primeiro sonho: – Cenário desolado sem traços de horizonte arejado. Nada à vista senão uma touceira aqui, outra ali de capim seco dando abrigo a carcaças de animais mortos e, outros vivos esquálidos em terras secas, esturricadas e minguadas de umidade. Vegetação rasteira, escassa e pálida, feito os momentos finais de moribundos em hospitais da anti-sagrada mistura do descaso com o acaso. Ervas daninhas e cactos mirrados, espalhados por toda parte, feito lamentosos espaços lotados de retirantes na busca de um minguado bocado salgado. Nada mais à vista, senão o eterno estado de um desvalido em terras de animais e espíritos esfaimados. Visão dantesca com cenário cinzento pálido a lhe sufocar a essência da alma.
Segunda janela – segundo sonho: – Horizonte verde-azul esbanjado em riqueza odorífera, emanada de um solo fecundado, roxo e umedecido, onde mais parecia que o verde estava acima e o azul estava embaixo, como um cenário ideado por um pintor vaticinado e embriagado. Nada mais, como um doce colírio a atenuar um olhar abrasivado e, uma consciência extenuada.
Eis que acorda, aquele homem, em estado minguado, agora em assentimento com uma ansiada vontade de labutar. Recompõe a sua mão quebrantada e, recolhe as sementes que lhe escaparam entre os dedos, quando desabara. Suas terras não eram nenhuma e nem outra, daquelas do seu sonho desaprumado e angustiado. Eram boas terras. Só lhes faltavam cuidados e preparos a lhes aguardar, tais quais aqueles momentos pasmados e sobrepujados.
Tinha, agora, a tão sonhada oportunidade de extravasar em realização, o sonho que acabara de lhe incitar.
Mas! Do que estamos falando????? De poesia que pouco nos abranda a alma e não nos acalenta? Ou uma mensagem oculta a nos amainar um estado de desalento e de desconforto?
Ora! Ora! Falamos de dois sonhos: Um sonho ruim, infausto! E, um sonho bom, belo, bonito, lascivo. E, algo extraordinário que existe e se revela a todos nós humanos, o tempo todo, e que quase todo mundo desconhece: Os CAMPOS MÓRFICOS! Isto mesmo! Uma notícia que nos revela essencial a nossa vida.
Os CAMPOS MÓRFICOS são deslumbrados em todos os momentos de nossas vidas, desde os mais simples, aqueles que passam despercebidos, aos mais importantes e chocantes. Revelam-se para atender a nossa Vontade, Determinação e Esforço. São exclusivos da espécie humana e permanecem quase desconhecidos.
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Pouca gente sabe. É uma grande pena desconhecer o grande poder que nos foi outorgado por Deus para usufruirmos o que há de majestoso e grandioso nos CAMPOS MÓRFICOS. Através deles, Deus nos deu a mão e as sementes e nos desenhou estes CAMPOS INFINITOS. Deixou-nos a escolha: Cultive-os Bem ou, cultive-os mau. Assim O disse!
Mas! Mas! O que são os CAMPOS MÓRFICOS ???? Um mirante na estrada dos céus? Um santuário celeste? Um lugar entre os céus e a terra para um descanso momentâneo? Ou, um sonho, simplesmente, um sonho? Em vão serão todos os esforços em defini-los! Se não há como defini-los, como compreendê-los, então não existem de fato, certo? Errado!
Existem e, é o celeiro que fornece o alimento que sacia a alma humana, nutrindo-a de perspectivas que aduzem a ocorrências que obedecem a propósitos e agravos manifestos ou ocultos. Vejamos assim!
O ser humano, pelo seu feitio, permanece envolto em um vasto oceano de pensamentos, alimentando-se desta substância intocável, em larga escala, dando corpo ao que contempla, tornando-se apto às correntes mentais imperceptíveis nas Práticas do Bem e do Mal. Com a Vontade, somos o que decidimos. Com a Determinação, nos aproximamos da realização. Com o Esforço, atingimos a consumação.
Tudo o que imaginamos e sonhamos, tudo aquilo que não podemos imaginar e não sonhar está nos CAMPOS MÓRFICOS. Tudo aquilo que é possível, bem como tudo aquilo que não é possível está nos CAMPOS MÓRFICOS. Todas as ciências e as não ciências estão nos CAMPOS MÓRFICOS. Todos os sonhos e os pesadelos também se encontram lá…
Os CAMPOS MÓRFICOS são definidos em síntese como a Fonte, assim como uma usina de ideias onde só é acessada pelo pensamento humano através das variáveis, Vontade, Determinação e Esforço.
Os batalhadores das ciências, os labutadores das edificações, das artes e das não ciências, dos negócios e dos comércios, até mesmo o homem do campo, da roça, do rio, do mar, todos, todos mesmos, recorrem aos CAMPOS MÓRFICOS através do pensamento para atingir as suas realizações. Tudo deriva da Fonte que é infinita em conteúdos letargos.
Ao iniciar a sua existência na sua etapa primária, o ser humano busca na Fonte, a sua idealização em forma de sonhos. Ele não vê, mas tem em suas mãos, pela primeira vez, um punhado de sementes. São sementes Neutras a serem trabalhadas conforme o livre arbítrio sempre presente.
Ele pode começar a semeá-las em si, buscando nos CAMPOS MÓRFICOS, orientações de como torná-las sementes do bem, do amor, da compaixão, da ética, da moral, do respeito à vida e do bem comum aos seus semelhantes. Por falta de orientação, fraqueza e abandono pode fazer esta mesma busca e encontrar estímulos para transformar estas joias em elementos do mal. Para isto não é necessário esforço nenhum.
Como se manifestam os CAMPOS MÓRFICOS? – Quando estamos dormindo e sonhando, estamos simplesmente navegando pelos CAMPOS MÓRFICOS. Quando, de olhos abertos, imaginamos e despertamos o sonho de construir uma casa, um prédio, uma empresa, abrir um negócio, escrever um livro, pintar um quadro, cultivar uma fazenda, pesquisar uma fórmula matemática, descobrir a cura de uma doença ou qualquer outra coisa possível e, conseguimos consumar o sonho, estivemos o tempo todo, singrando o infinito oceano dos CAMPOS MÓRFICOS, buscando inspirações, orientações e ideias para o nosso propósito. Que coisa esplendorosa nos foi concedido pelos ALTOS. Devemos reconhecer e fazer uso desta Dádiva Divina, o melhor possível.
Quando dormia, o pobre homem, diante da segunda janela – segundo sonho, teve a visão de um campo verde cultivado até os confins dos horizontes. Cenário este lhe proporcionado pelo poder dos CAMPOS MÓRFICOS quando se manifestou. Ao acordar, enriquecido de energia, abasteceu-se de Vontade, Determinação e Esforço e, mudou a sua vida. De sua mão, restabelecida, sementes do bem germinaram em sua existência .
Mesmo parecendo tarde, teve a oportunidade de refazer a sua vida. Seu estado de desânimo e de indigência, perdido no ostracismo, atestava que se tratava de uma ovelha desgarrada, agora, integrada ao rebanho.
A grande verdade: O ser humano traça o curso de sua existência através de UM PUNHADO E SEMENTES.
Pi-Nath